EU na plateia
Observo (assisto) tudo atentamente
Expectador de mim mesmo
De NÓS mesmos
Atuando ao mesmo tempo em vários papéis!
No script minucioso, arrematamos:
E então, você canta, eu danço, eu canto, você dança…
Há também as canções de aflições sopradas pelo sacristão
Enquanto da sua liturgia, faz se o eco ocupar o vazio
Joelhos se antecipam aos sinos das catedrais
Se dobram em pura perdição,
Julgando-se, procura a salvação.
Nas casas de arrimos
Eis a sustentação: O Sagrado!
Na agitação, se vai o Divino Sagrado…
pois não atua na confusão.
Sem achar a solução, fica então o que ensina as lições:
As labutas, os sobe e desce das ribanceiras.
E lã se vai outro calejado puxando o arado,
Com seu jerico (Asno) na mão
Até mesmo no lombo do burro Tostão
Me faço sentir.
Com lapadas, acoites do velho enrijecido,
Pelo medo da vida…
Pelo apego..
Pelo que não tem controle…
Lá está a minúscula formiga devoradora, levando para o escuro do seu abrigo
O que o velho reservara,
O que seria o pão para o filho, na mesa do dia a dia.
E segue se os dias contando histórias…
E segue se os dias ensaiando a vida..
Infinitas histórias, infinitas vidas!
Das páginas rabiscadas, não revisadas.
Cenários do grande palco se funde aos aplausos, assovios, vaias..
A plateia não percebe que faz parte da cena,
Exceto alguns.
E segue se o Show da vida…
Selma G. Santana