Em um tempo muito distante, os opostos viviam de mãos dadas.
A tristeza e a alegria compartilhavam suas aventuras.
A luz iluminava o caminho da escuridão;
A escuridão mostrava à luz o aconchego da penumbra nas noites românticas.
O calor aquecia o frio na solidão;
O frio refrescava o calor com sua brisa nas horas agitadas.
O branco e o preto brincavam de listras alternadas, dançavam na tábua de xadrez, nos tecidos de bolinhas poás, que se revezavam como fundo de sustentação de suas voltas.
O certo não julgava o errado;
O errado sempre trazia ao certo momentos de grande reflexão.
A raiva, no seu ímpeto, buscava a razão nos abraços da calmaria;
A calmaria encontrava impulso na raiva para seguir em frente.
O amor sempre compartilhava com o ódio a suavidade do seu perfume;
O ódio fazia o amor, mesmo este sendo incondicional, enxergar a razão.
A paz mostrava à violência que não tinha sentido em tanta dor;
A violência dava motivos para a paz não perder esperança.
A coragem mostrou ao medo que valia a pena se enfrentar;
O medo então disse: OK!, porém apresentou à coragem o senso de preservação.
E, todos juntos, seguindo no caminho do meio, formaram duos promissores!
Selma G. Santana