Ventos…
Do Sul ou do Norte
Do Leste ou oeste
Ventos são sempre os mesmos,
Abstratos ao toque, concretos em percepções
Mudam em velocidade e em ferocidade…
Conforme a pressa, agitam-se, empurra o que há pela frente
Mas são ventos, apenas ventos
Sempre os mesmos ventos
Que passam por aqui, ali, acolá…
Podem rodopiar na poeira dos jardins
Emaranhar, embaraçar e arrancar as trepadeiras floridas
E subir até os céus, florir o céu com flores, essas, arrancadas dos quintais
São ventos, apenas ventos…
Ventos que sopram notas musicais, canções suaves de brisas, acalmando os sentidos
Causando sensações…
Ventos, são apenas ventos, do Sul, do Norte, do Leste ou oeste
Que se misturam. Agitam partículas, até, as do pensamento!
Ventos que transportam pensamentos…
Arrancam suspiros ao tocar as lembranças de um coração partido
Esses, também são apenas ventos…
Ventos dolorosos, sofridos…
Que carregam presságios.
Mas, são apenas ventos passageiros.
Trazendo roídos das lembranças que se perderam pelas estradas do tempo.
Lembranças arrastadas pelos ventos da melancolia, da agonia,
Esses são os ventos, que com os assobios da ironia, gritam na janela da noite, por onde o sono é levado…
E se vai sonho com o sono que se foi com os ventos que trafegam em lembranças perdidas no labirinto do tempo
Ventos que se foram embora com outros ventos que levaram a esperança como companheira
E se foram para bem longe
Mas, são apenas ventos, ventos do sul, do Norte, do Leste e do Oeste
Que, quando se encontram, rodopiam, misturam
Agitando novamente as emoções
Sopas de emoções: ventos do sul, ventos do norte, ventos do leste com uma pitada de ventos do oeste.
Sirva-se de você!
Selma G. Santana